A obesidade é um fator de risco conhecido para o surgimento e desenvolvimento da artrose do joelho. Vários estudos científicos mostram essa relação.
A forma através da qual a obesidade atua na articulação do paciente com artrose é tema de muitas discussões atualmente, já que nem todo o paciente portador de artrose tem obesidade e nem todo indivíduo com obesidade tem artrose.
Neste post, falaremos um pouco da relação entre a obesidade e a artrose do joelho.
O que é artrose
A artrose é uma doença muito frequente na população e uma das principais causadoras de incapacidade. Afeta ao redor de 250 milhões de pessoas ao redor do mundo e é caracterizada por um acometimento degenerativo e progressivo das articulações.
O desgaste da cartilagem que protege o osso pode causar dor, inchaço e limitação da função da articulação.
Saiba mais sobre a artrose aqui.
Fatores de risco para o desenvolvimento de artrose
Alguns fatores são relacionados a um maior risco de desenvolvimento da artrose. São eles:
Idade avançada;
Sexo feminino;
Obesidade;
Lesões articulares;
Fatores hereditários;
Fatores congênitos.
Como a obesidade atua nos pacientes com artrose
A obesidade é definida como um índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2. O IMC leva em consideração apenas o peso e a altura do paciente, não considerando, portanto, o percentual de massa magra ou gordurosa.
Sabe-se também que o tecido gorduroso funciona como um grande órgão produtor de diversas substâncias no corpo do paciente com obesidade, as chamadas adipocitocinas. Portanto, o percentual de massa gordurosa no corpo pode influenciar na disponibilidades dessas substâncias.
A obesidade pode atuar em diversos aspectos no paciente portador de artrose:
Produção de adiponectinas. Existem diversos tipos de adipocitocinas, como, por exemplo, a leptina, a resistina, a adiponectina, que atuam no organismo do paciente com obesidade e influenciam no metabolismo da articulação.
Produção de substâncias inflamatórias. O paciente com obesidade produz citocinas inflamatórias, como, por exemplo, a interleucina-6, o fator de necrose tumoral alfa, que também impactam internamente na articulação e podem ter um efeito deletério para a cartilagem.
Alterações metabólicas. As alterações metabólicas do paciente com obesidade, principalmente relacionadas à resistência à insulina e ao metabolismo da glicose também podem ter relação com o processo de degradação articular.
Sobrecarga mecânica. O indivíduo com obesidade apresenta uma sobrecarga relevante nas articulações. O peso em excesso que passa por elas tem um efeito de aumento do desgaste da cartilagem, colaborando para o desenvolvimento da artrose. Além disso, o paciente pode ter uma força muscular insuficiente ao redor da articulação, sobrecarregando as estruturas articulares.
Como a obesidade tem uma relação direta com a artrose, um dos principais objetivos do tratamento do paciente é a diminuição do peso corporal.
Atualmente, existem várias formas para a realização desse tratamento. Sem dúvidas, o envolvimento de profissionais de diferentes áreas, como, por exemplo, Ortopedia, Endocrinologia, Nutrologia, Fisioterapia, é muito importante para um bom resultado.