Síndrome de Sinding-Larsen-Johansson
A síndrome de Sinding-Larsen-Johansson (SLJ) é uma causa de dor no joelho de pacientes com esqueleto imaturo. Trata-se de uma apofisite, ou seja, um processo inflamatório da região inferior da patela, no ponto de inserção do ligamento patelar.

A síndrome é causada em decorrência à tração repetitiva do ligamento patelar no pólo inferior da patela, que ainda é parcialmente cartilaginoso em crianças e adolescentes com o esqueleto imaturo.
Por isso, o problema é mais frequentemente observado em meninos, normalmente entre 10 e 14 anos de idade, praticantes de exercícios físicos que envolvem movimentos de dobrar e esticar o joelho e saltos, como futebol, corrida, vôlei, ginástica, entre outros.
O que o paciente sente?
O paciente com a síndrome de Sinding-Larsen-Johansson normalmente apresenta um quadro de dor na parte da frente do joelho, na região inferior da patela, que piora ao dobrar o joelho. Na maior parte dos casos, essa dor fica mais intensa após a prática esportiva e melhora quando o paciente fica por um período em repouso. Sinais de inflamação no local da dor, como inchaço e aumento de temperatura da pele, podem ser observados.
É importante salientar que esse problema pode ser uma causa de dor no joelho em crianças e adolescentes, e, muitas vezes, pais relatam que os filhos apresentam esse tipo de incômodo.
Como o diagnóstico é feito?
O diagnóstico da síndrome de Sinding-Larsen-Johansson é realizado, primeiramente, através de uma boa conversa entre o médico, o paciente e os pais. Assim, é possível saber as caraterísticas do incômodo.
Um exame físico minucioso é muito importante também, já que há outros problemas que podem ocasionar uma dor semelhante, contudo, em locais um pouco diferentes, como:
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Tendinite distal do quadríceps;
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Bursite pré-patelar;
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Condromalácia da patela;
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Fratura da patela;
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Bursite infrapatelar superficial e profunda;
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Tendinite patelar;
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Hoffite;
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Doença de Osgood-Schlatter.
Alguns exames de imagem podem ajudar quando há suspeita de síndrome de SLJ. São eles:
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Radiografias do joelho;
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Ultrassonografia;
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Ressonância nuclear magnética.
Tratamento
Na maior parte das vezes, a síndrome de Sinding-Larsen-Johansson é tratada de forma não operatória. Nos períodos de inflamação, quando o paciente queixa-se de dor mais intensa, pode ser recomendado um repouso parcial, com diminuição temporária da prática esportiva e dos esforços. Além disso, medicações analgésicas e anti-inflamatórias podem ser receitadas.
Como o problema tem relação direta com esforço de repetição, é comum encaminharmos os pacientes à fisioterapia, para que a dor melhore mais rapidamente e o paciente inicie de forma precoce um trabalho de fortalecimento muscular.
Normalmente, os pacientes evoluem com uma melhora significativa da dor após o tratamento e após o amadurecimento do esqueleto.
O tratamento cirúrgico da síndrome de Sinding-Larsen-Johansson é raro e, normalmente, fica reservado a pacientes adultos que acabam ficando com uma calcificação junto ao polo inferior da patela, que pode ser causadora de tendinites de repetição.
Fortalecimento de músculos específicos de acordo com o gesto esportivo dos pacientes que praticam atividades em altas intensidades é importante para tentar diminuir a sobrecarga na região e prevenir o surgimento tanto da síndrome de SLJ como de outros problemas causadores de dor na região da frente do joelho.